segunda-feira, 3 de maio de 2010

distorted reflection



É normal nos espelharmos em alguma pessoa; pai ou mãe, mas, em muitos casos tentamos ser refelexos de alguma celebridade. Não estou interessado na opinião de algumas pessoas que irão contradizer tudo o que estou escrevendo, mas o fato é, hoje em dia não somos originais, somos apenas cópias diretas ou indiretas de algum ator, atriz, seriado ou filme.
Me parece que a criatividade está tão esgotada que não é possível criar absolutamente nada, é como se tudo já tivesse sido criado. Tudo é apenas reciclado com algum, ou nenhum, aperfeiçoamento.
Tudo o que escrevo aqui tiro por experiência própria ou a partir de pessoas ligadas diretamente a mim, e posso afirmar com convicção que hoje tudo é banalizado, desde a música, filmes, livros, roupas, atitudes, enfim, não há mais alguém que se destaque, somos todos muito idênticos em vários sentidos.
Não estou criticando isso porque seria o sujo falando do mal lavado; me encontro dentro desse sistema e faço parte em todos os sentidos, mas quero relatar como estamos perdendo a vontade de escrever nossas própria histórias por vontade de imitar a história de algum personagem ou artista, porque um artista, independente do que faça, é um personagem, ele precisa vender aquela imagem, mesmo não sendo verdadeiramente aquilo por trás das câmeras.
Durante muito tempo minha vida foi sonhar em receber uma carta de Hogwarts, viver naquele mundo que eu julgava ser meu. Foram 6 anos de fanatismo. Respirava, vivia, sonhava, desejava ser Harry Potter, ter aquele mundo, ser órfão, ter uma cicatriz na testa. Não me arrependo de nenhum dia, mas talvez eu tenha perdido um pouco da minha essência querendo ser algo que nunca seria, viver algo que nunca poderia viver. Hoje ainda me considero um dos maiores fãs da série, mas estou consciente que primeiro eu devo viver a minha vida, e aquilo deve ser apenas levado em consideração em momentos de lazer.
Ano passado, durante a estréia do Enígma do Príncipe nos cinemas um 'fã' se matou ao saber da morte de um personagem importante. E aí eu pergunto; que fã é esse que não sabe dos pontos chaves da história? Não havida lido os livros? E o pior, que pessoa doente é essa que se mata por uma história de tinta e papel, porque muito antes de ser um sucesso estrondoso de bilheteria, era apenas um série modesta de livros originada nas mãos de JK Rowling nos subúrbios de Edimburgo.
Hoje eu vejo milhares de garotas que estão hipnotizadas por Crepúsculo, desejam viver a vida de Bella Swan e estão convictas que apenas serão felizes ao lado de um Edward encantado.
Por que isso? O que falta em nossas vidas a ponto de desejamos viver a vida de personagens imaginários?
Eu também não sei, e enquanto a resposta não surge continuamos vivendo, ou vegetando, à sombra de histórias de vida que não existiram, e não seremos tão abençoados para que aconteça justamente conosco.

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